sábado, 10 de agosto de 2013

Foras do Dia!

Continuei encarando a Polly que parecia estar prestes a voar pra cima de mim. Eu apenas sorrir e me aproximei ainda mais do Vitor.

–Mais é muito cara de pau! Disse a Polly.

–Luana quer parar de implicar com a Lia?! Ela não te fez nada! Disse Vitor bravo.

–Ela esta te colocando contra mim Vitor! Será que você não vê que ela quer nos separar? Perguntou ela desesperada.

–A Lia não tem nada haver com essa estória. E quantas vezes eu vou ter que dizer que não existe mais NADA entre nós?! Você tá namorando o Sal lembra? Perguntou Vitor.

–Tá já chega! Isso tá parecendo cena de novela mexicana! Olha só Polly, eu não tenho paciência e nem vocação pra aturar pessoas recalcadas na minha vida. Então na próxima vez que você vier me encher o saco, eu juro que você vai ficar com um olho roxo! Falei chegando perto dela.

–Isso é uma ameaça? Perguntou ela com a voz fraca de medo.

–Não, é uma promessa! Disse e saí de perto dela sorrindo.

Parece que tiraram o dia hoje pra me tirar do sério. Eu devo ter jogado pedra na cruz pra merecer isso.

–Lia espera! Gritou Vitor correndo até mim.

–O que foi Vitor? Perguntei parando de andar.

–Desculpa pelo chilique da Luana, você não tem nada haver com isso e aquela louca ficou te importunando...

–Que isso Vitor, não é sua culpa que sua ex namorada é uma pirada. E também ela não foi a única que foi defender a sua honra hoje. Eu disse rindo.

–Como assim? Perguntou confuso.

–A Fatinha veio reclamar o anjo dela. Digamos que você tem um fã clube bem grande não é?

–Ela é só minha amiga. Na verdade, a única amiga. As vezes ela confunde os limites da nossa amizade. Disse ele rindo constrangido.

–Sei...Eu disse rindo.

E mais uma vez me vi presa em seus olhos e terrivelmente encantada com seu sorriso. Mais tudo o que é bom dura pouco não é mesmo?

–Oi Lia! Disse um garoto numa bicicleta.

–Parece que todo mundo sabe meu nome e eu não sei o de ninguém. Sussurrei para Vitor, que sorrio da minha desgraça. –Olá! Respondi ao garoto.

–Seja bem vinda ao Quadrante. Eu sou Dinho Costa. Disse ele me cumprimentando com um beijo no rosto.

É, hoje não é mesmo o meu dia de sorte. O Vitor também parecia estar incomodado com a atitude do Dinho.

–Lia, mais isso você já sabe. Falei.

–Sei sim. Então, eu estava pensando em te levar pra um passeio de bike, assim posso te mostrar a cidade. Disse ele sorrindo.

–Cara eu não sei se você viu, mais eu vim de moto pra escola hoje. Então não preciso de carona e também eu moro bem alí em frente. E outra, eu não costumo sair com quem eu não conheço. Falei e saí do Colégio junto com o Vitor.

–Tá rindo de quê mesmo? Perguntei vendo o Vitor já vermelho de tanto rir.

–Do mega fora que você deu no “O” pegador do Quadrante. Disse ainda rindo.

–“O” pegador? Perguntei confusa.

–Sim, ele pega todas as garotas que ele quer. Acho que as únicas que nunca ficaram com ele foram: a Ju, a Morgana, a Rita e a Luana agora você.

–Nossa, então eu me livrei de uma bela encrenca hoje, heim? Perguntei rindo.

–Concerteza! Então você curte motos? Perguntou ele quando nos aproximamos da minha moto.

–Curto sim. Aprendi a mexer em tudo sozinha. Eu era muito curiosa quando mais nova, então eu queria saber como era tudo por dentro. Foi assim que aprendi a concertar motos. Foi quando meu pai me deu uma de presente. Resumi minha estória.

–Mais uma coisa que temos em comum. Eu até trabalho numa oficina aqui perto. Disse ele sorrindo.

–Irado! Falei surpresa.

–Se quizer passar lá mais tarde, tem umas motos muito iradas que vão pro concerto, você vai curtir.

–Claro, passo lá sim! Ainda mais agora que não vou ficar mais com a minha moto. Eu disse um pouco triste.

–Mais porque vai ficar sem a sua moto? Perguntou.

–Meu pai acha muito perigoso, ainda mais depois do acidente que eu sofri há algumas semanas atrás. Foi por isso que eu vim morar aqui. Falei triste.

–Pelo menos você já está bem.

–É, pelo menos isso. Bom eu tenho que ir, depois eu passo lá na oficina pra fazer uma visita ao motoqueiro com o maior fã clube que eu já vi. Eu disse enquanto colocava o capacete.

–Engraçadinha. Não fui eu que chamei atenção de todo mundo no Colégio. Disse ele também colocando seu capacete.

–Pode até ser, mais aposto que você fez muita garota desmaiar no seu primeiro dia de aula.

–Talvez.

–Mais é muito convencido. Falei subindo na moto.

–Vou ficar esperando viu roqueira?

–Pode deixar, eu não vou te dar bolo prometo!Beijo. Disse e fui embora.

Cheguei em casa e só encontrei a Marcela fazendo o almoço.

–Ué, pra onde foi o povo dessa casa?Perguntei colocando minha bolsa no sofá.

–Seu pai está de plantão no hospital e o Gil foi almoçar na casa da Ju. Disse Marcela preparando o almoço.

Apesar de não ser minha mãe biológica, a Marcela me trata como se eu fosse sua filha de verdade. Eu nunca tive uma família completa. Meus pais se separam quando eu tinha 10 anos, minha mãe biológica estava muito deprimida e queria sair pelo mundo para salvar pessoas. Então sempre morei com meu pai, minha avó e minha irmã mais nova Tatá, em São Paulo.

Mais, então meu pai conheceu a Marcela e estão juntos há cerca de 5 anos. A Tatá não gosta da Marcela, então ela preferiu ficar morando com a vovó enquanto meu pai se mudou junto com a namorada para o Rio. Eu fiquei com a minha avó até a Raquel resolver voltar. Foi quando eu sofri o acidente e meu pai decidiu me trazer para morar com ele. E foi a melhor coisa que eu fiz, não sei se iria suportar viver com a Raquel.

–Lia! Tá com o pensamento longe hoje heim? Faz tempo que eu tô te chamando e você ai com essa cara de paisagem. Disse Marcela rindo.

–Ah desculpa Mãe, eu tava viajando legal agora. Falei constrangida.

–Hum, e isso tem alguma coisa haver com o Vitor? Perguntou ela.

–Claro que não! De onde foi que você tirou essa ideia?

–É que eu vi vocês dois juntos hoje o dia todo, então achei que seus pensamentos estavam num lindo par de olhos azuis. Disse ela suspirando.

–Ah não! Até você com essa estória? Será possível que nem você seja imune ao charme do Vitor? Perguntei irritada.

–Nem eu? Isso quer dizer que você também não é imune ao charme dele? Perguntou ela anciosa.

–Porque você e a Juliana cismaram com essa estória de me jogar pra cima do Vitor? Caramba ele é só meu amigo! A-M-I-G-O entendeu?

–Tá bom, se você diz...Agora vai tomar banho que só sobramos eu e você pra almoçar hoje.

–Ok, tô indo!

Depois de tomar banho vesti uma roupa qualquer e fui almoçar antes que a minha mãe surtasse.

–Então, como foi seu primeiro dia de aula? Gostou de alguma coisa?Perguntou Marcela durante o almoço.

–Foi uma loucura! Acho que a minha cota de gente insuportavel já está completamente cheia! Só foi legal por causa da Ju e do Gil é claro.Respondi.

–Quer dizer que não fez muitos amigos hoje?

–Não deu pra conhecer todo mundo hoje, mas eu já sei pelo menos de quem eu não quero nem ser colega. Disse rindo.

–Já conquistou inimigos?

–Acho que sim. Pelo menos uma. Tem uma garota chamada Luana, ela me odeia, porque eu ainda não sei. Tem a Fatinha que também não gostou de mim e eu também não seria amiga dela. Eu também dei um fora num carinha que o Vitor disse que era O pegador do Colégio.

–O Dinho. Disse Marcela rindo.

–É, esse mesmo. Ele veio com um papinho de conhecer a cidade e blá blá blá. Ainda bem que o Vitor me alertou sobre ele. Nunca mais quero nem chegar perto. Falei rindo.

–E o Vitor?

–O Vitor é um cara legal e me ajudou muito hoje. Inclusive vou dar uma passadinha no trabalho dele mais tarde.

–Então se tornaram amigos mesmo? Perguntou ela curiosa.

–Eu acho que sim, pelo menos por mim já somos amigos. A gente tem várias coisas em comum e ele é um cara sincero. Conversar com ele hoje me fez bem. Falei me lembrando do sorriso que ele deu quando eu disse que iria visitar ele na oficina.

–Esse sorriso bobo na sua cara não tem nada haver com o Vitor não é? Perguntou ela me olhando convencida.

–Que sorriso bobo? Perguntei olhando para ela totalmente séria.

–Lia, você pode não admitir mais eu te conheço muito bem, e posso dizer que, no minimo você ficou encantada com ele. Disse ela sorrindo.

–Sabe o que eu acho mãe? Eu acho que você está vendo novela demais! Eu mau conheço ele e você já quer que eu morra de amores por ele. Esse papo de amor a primeira vista não existe!

–Pois fique sabendo que comigo e com seu pai foi assim. Mais o melhor nessa estória foi ter ganhado uma filha roqueira maravilhosa. Disse ela me abraçando.

–Também te amo mãe! Você é a melhor mãe que eu poderia ter. Falei a abraçando apertado.

Ponto de vista Vitor:

Passei em casa só pra tomar um banho rápido e correr pra oficina. Eu não gostava de chegar atrazado. Meu chefe é super gente fina e nem liga muito pra esse lance de horário. Estava quase de saída, quando a Tia Rosa chega em casa.

–Oi Vitinho! Você não deveria estar na oficina numa hora dessas? Perguntou Rosa toda preocupada como sempre.

–Só passei pra tomar um banho rápido Tia. Já estou de saída. Falei vestindo minha jaqueta.

–Tem alguma coisa de diferente em você hoje. Parece mais feliz, eu diria até que você está ancioso com alguma coisa. O que você andou aprontando heim Vitinho?

–Não dá pra esconder nada de você não é Tia?

–Não mesmo, me diga logo o que houve!

–Entrou uma garota nova no colégio hoje. Lia, é o nome dela.

–Hum, e você está encantado pela garota não é senhor Vitor? Perguntou ela rindo cumplice.

–Eu gostei dela, me parece ser uma garota muito legal. E ela curte motos também! Acho que vamos ser grandes amigos. Falei sorrindo.

–Que bom meu filho! Fico feliz que você tenha outra amiga que não seja a louca da Fatinha. Acho que essa garota lhe fará bem.

–Também acho! Agora tenho que ir, odeio chegar atrazado. Dei um beijo na Tia Rosa e fui embora.

Ponto de vista Lia:

Estava no meu quarto ouvindo música quando a louca da Ju entrou pulando.



–Oi amiga! Disse ela tirando os fones dos meus ouvidos.

–Oi amiga! Posso saber o motivo de tanta alegria? Perguntei.

–O lindo do seu irmão me deu esse anel perfeito de compromisso!! Falou me mostrando o anel em seu dedo.

–É muito lindo mesmo amiga! Fico feliz por vocês. Então a coisa tá ficando séria mesmo heim?

–Esta sim amiga! E não poderia ser mais perfeito! Eu amo tanto o Gil! Ele é o melhor namorado do mundo! Suspirou apaixonada.

–Que bom! Estou torcendo por vocês!

–Então amiga, me conta! Soube que rolou barraco no fim da aula entre você e a Luana. Estão dizendo que foi por causa do Vitor. Disse ela me olhando suspeita.

–Aquela louca veio me mandar ficar longe do Vitor. Como se ela fosse alguma coisa dele além de ex-namorada grudenta! Mais então, o Vitor chegou e colocou a chaveirinho no lugar dela.

–Já colocou apelido na garota Lia? Perguntou rindo.

–Não tenho culpa se nem tamanho aquela pessoa tem! Disse rindo.

–É, inventar apelidos, te arrumar um namorado...esse ano vai ser bem cheio!

–Ei! Quem foi que te disse que eu quero um namorado?

–Eu sou sua Best e sei o que é bom pra você. Então pra você deixar pelo menos de ser um pouco marrenta e insuportavel um namorado não lhe faria mau.

–Eu estou muito bem assim Juliana! E também, namorar só dá dor de cabeça! Sem compromisso, sem complicação! Falei pra ela convencida.

–Mais é muito cabeça dura mesmo! Eu vou deixar isso de lado, mais só por enquanto!

–Foi a melhor coisa que você disse hoje. Falei rindo sarcástica.

–Chata!

–Mais você me ama!

–Amo mesmo. Só assim pra te aguentar!

–Sei...Disse rindo.

–Então amiga, vai ter uma ação do C.R.A.U daqui a pouco. Não quer ir comigo não?

–Não vai dar. Combinei de ir visitar o Vitor lá na oficina.

–Nossa amiga, você mau o conhece e já vai me trocar por ele? Disse ela fazendo drama.

–Menos Ju, bem menos. Eu já tinha falado pra ele antes que iria então...

–Tá bom! Mais depois dá uma passadinha por lá, meu irmão vai adorar te ver!

–Ok Ju!

–Agora tenho que ir. Ainda vou montar o meu look e o do Gil para a ação. Disse ela pegando a bolsa.

–Vai lá amiga.

–BeiJu! A gente se vê mais tarde. Disse ela me dando um beijo no rosto.

–Beijo amiga!

Depois que ela saiu recoloquei os fones e cai no sono. Já eram quase 04:00hs quando me acordei.

Tomei banho e vesti um short’s jeans e uma camiseta. Peguei uma camisa xadrez e coloquei amarrada na minha cintura. Coloquei as minhas queridas botas e meus colares.

Quando abri a porta pra sair de casa dei de cara com meu pai que estava chegando do seu plantão.

–Estava de saída filha? Perguntou ele me dando um beijo na cabeça.

–Combinei de ir ver um colega agora. Na verdade, ele deve estar pensando que eu não vou mais. Falei pegando minha bolsa.

–Olha lá heim Lia? Não vai se meter em confusão! Disse ele sério.

–Pode deixar pai! Eu vou me comportar prometo!

–Vou confiar em você!

–Tô indo, beijo!

–Beijo.

Saí e de casa e fui para a oficina. Assim que virei a esquina, vi o Vitor trabalhando em uma moto. Ele parecia estar tão concentrado e feliz com aquilo. Fazer o que gosta é muito bom mesmo. Ele tinha sorte por isso.

Continuei andando sem fazer barulho e parei bem atrás dele, colocando minhas mãos na frente de seus olhos.

–Adivinha quem é? Pedi ainda cobrindo seus olhos com minhas mãos.

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