domingo, 11 de agosto de 2013

Todos Amam a Lia!

–Você é uma certa roqueira que eu conheci hoje que tem lindos olhos verdes e mechas rosa. Acertei? Perguntou ele.

–Como você descobriu? Perguntei tirando minhas mãos.

–Simples, você é inconfundível.

–Porque as garotas do seu fã clube são um bando de frescas!Falei rindo.

–Digamos que sim. Pensei que não viria mais hoje.

–Pois é, eu acabei pegando no sono. Mais o que importa é que aqui estou!

–É verdade dorminhoca. Disse rindo.

–Hahá, engraçadinho! Precisa de ajuda? Perguntei olhando para moto que ele estava concertando.

–Ajuda com o quê? Perguntou confuso.

–Com a moto bobão! Disse rindo.

–Então você entende mesmo de moto?

–Pensou que eu estava mentindo? Se brincar eu sou melhor que você!Falei provocando.

–Melhor do que eu? Isso eu quero ver! Mais você vai se sujar.

–Não tenho esse tipo de frescura! Está tentando arrumar desculpa pra não perder pra uma garota?Perguntei rindo.

–Fala sério né Lia? Vou falar com o Axel e já volto. Disse ele se levantando.

–Ok.

Não demorou muito e cada um de nós dois estava concertando uma moto. Era engraçado como eu estava me sentindo mais leve apenas concertando uma moto. Depois de tudo o que eu tinha passado, essa era a primeira vez que eu não estava assustada ou estressada.

–E então? Perguntei ao Axel depois que eu tinha terminado.

–Muito bom, muito bom mesmo roqueirinha! Disse ele enquanto trocava um aperto de mão comigo.

–É até que para uma garota, você leva jeito com motos. Disse Vitor me abraçando de lado.


–Eu te disse que eu era boa nisso.

–Olha quando não tiver nada pra fazer ou precisar de um emprego pode vir aqui que o seu já esta garantido. Disse Axel sorrindo.

–Valeu Axel.

–Que isso, garotas como você hoje em dia são raras. Se precisarem de mim estarei lá dentro. E Vitor, tá liberado por hoje.

–Valeu!

–Agradeça a sua amiga que adiantou seu trabalho hoje. Disse Axel e saiu.

Me virei para Vitor e fiquei olhando para ele de braços cruzados.

–Que foi? Perguntou me olhando confuso.

–Estou esperando.

–Esperando o quê? Perguntou se fazendo de bobo.

–Esperando você dizer.

–Atá! Obrigado Lia por adiantar meu trabalho hoje.

–Não era disso que eu estava falando.Falei fingindo estar irritada.

–Do que então? Perguntou ele, agora realmente confuso.

–Estou esperando você admitir que pensou errado sobre mim e que sim, uma garota pode mandar muito ou melhor do que você em concertar motos.

–Quer que eu adimita?

–Claro!

–E o que eu ganho com isso?

–Ganha a chance de não me deixar irritada.

–Só isso?Perguntou rindo.

–Você ainda não me viu irritada e tenho certeza que nem vai querer ver. Falei arqueando a sobrancelha em tom de desafio.

–E agora, quem é que tá sendo convencida?

–Tá bom! Você ganha o que quizer. Disse irritada.

–Eu só admito isso se você for comigo dar uma volta de moto. Disse ele sorrindo de lado.

–Já é! Agora admita!

–Você manda muito ou talvez até melhor do que um garoto concertando motos. Sastifeita?

–Adoro quando colaboram comigo. Disse rindo.

–Agora vem, vamos nos limpar. Disse ele pegando na minha mão e me puxando para dentro da oficina.

Depois de nos limparmos o Vitor foi se trocar enquanto eu o esperava.

–Demorei muito? Perguntou ele ficando na minha frente.

Ele estava de regata preta com a jaqueta na mão e o cabelo molhado. Não preciso dizer que ele estava perfeito daquele jeito não é?


–Não.Respondi ainda meio boba.

–Então vamos?Perguntou me entregando um capacete.

–Vamos! Peguei o capacete e o coloquei enquanto ele vestia a jaqueta e colocava o capacete.

Ele subiu na moto e logo após eu subi o abraçando pela cintura.

–Pronta?Perguntou sorrindo.

–Só não nos mate! Falei rindo.

–Nunca! Disse ele e deu partida na moto.

Ponto de vista Ju:

A manifestadão do C.R.A.U estava super legal. A pracinha do bairro estava cheia de gente. Estava super orgulhosa do meu irmão.

–Seu irmão arrebentou heim Jujuba? Perguntou Fatinha.

A Fatinha sempre teve uma quedinha pelo meu irmão, só que ele não quer nada com ela. Também, eles são super diferentes e a Fatinha tem uma fama não muito legal. Mas ninguém sabia quem realmente a Fatinha gostava. Além da fama de ser fácil, ela vivia agarrada no Vitor.

–Ele sempre arrebenta Fatinha. Respondi.

Foi quando uma moto passou pela gente. Eu nem precisei olhar duas vezes pra saber quem eram. Um sorriso gigante se espalhou pelo meu rosto.


–Para tudo! Aquela garota que passou junto com o Vitor de moto, é a sua amiguinha Lia? Perguntou Fatinha de boca aberta.

–Era sim! Sabia que tava rolando alguma coisa. Falei rindo.

–Ah mais isso não fica assim! Eu falei que o anjo era meu! Disse ela com raiva.

–Vem cá Fatinha, você não gosta do meu irmão? Perguntei irritada.

–Gostar eu gosto, mais ele não me dá bola. Posso até gostar muito dele, mais eu não estou morta cunhadinha! Disse ela rindo maliciosa.

–Já disse pra não me chamar assim!

–Pra onde será que aqueles dois foram heim? Perguntou ela olhando para onde a moto tinha passado.

–Acho que isso não é da sua conta!Falei e saí antes que aquela garota me elouquecese.

–O que foi linda? Perguntou Gil me abraçando por trás.

–A Fatinha que me tirou do sério por causa da Lia e do Vitor. Falei com raiva.

–O quê que a Fatinha tem haver com a Lia e o Vitor?

–A Fatinha tá com “ciúmes” porque a Lia e o Vitor passaram juntos de moto agora a pouco.

–Mais eles não são só amigos?

–A Fatinha é louca Gil! Mais vamos para de falar na doida da Fatinha. Vem cá, vem! Puxei ele pra mim o beijando.

Eu não iria perder meu tempo falando da Fatinha. A Lia iria me contar tudinho mais tarde ou eu não me chamo Juliana Menezes!

Ponto de vista Lia:

Andar na minha moto era uma coisa, passear com o Vitor de moto era outra coisa totalmente diferente. Eu estava tão ansiosa que parecia ser a primeira ver que eu subia em uma moto. Quando paramos, estavamos em frente a um portão de um lugar que parecia estar abandonado.

–Que lugar é esse Vitor? Perguntei, enquanto andávamos até o portão.

–É um jardim que eu encontrei. Eu venho aqui quando quero pensar ou escrever. Disse ele abrindo o portão.

–Legal. Mas ele não parece meio abandonado? Perguntei entrando no jardim.

–Na verdade, os donos estão brigando na justiça. É uma coisa de herança muito complicada. Respondeu ele, segurando minha mão.

Andamos juntos um pouco até uma linda estufa que havia alí. Apesar de estar abandonado, aquele lugar era muito bonito.

–Ual Vitor! Que lugar incrível! Falei, soltando minha mão da dele e andando pela estufa.

–Ainda não tive tempo de dar uma limpada, você me ajuda? Perguntou ele animado.

–Sabe, eu acho que esse lugar fica bem melhor assim do jeito que está. Tem um ar mais mistérioso, não sei..

–Você é a primeira pessoa que eu trago aqui. Falou sorrindo.

–Então, esse lugar é tipo um segredo seu?


–Agora não é mais só meu.

–Pode deixar, esse vai ser o nosso segredo.Falei sorrindo.

–Agora me fala de você. Pediu se sentando numa cadeira que havia alí.

–Não tenho muito o que falar sobre mim. Disse me sentando perto dele.

–Aposto que tem sim. Como era sua vida antes de se mudar?

–Não era nada boa. Depois que a Ju e meu pai se mudaram pra ca, eu fiquei péssima. Mais tudo piorou quando a Raquel resolveu voltar pra casa.

–Quem é Raquel?

–Raquel é a minha mãe biólogica. Ela nos abandonou quando eu tinha a idade da minha irmã mais nova.

–Então a Marcela não é sua mãe?

–Não, mas é como se fosse. Ela é a única mãe que eu tive e tenho. Falei sorrindo fraco.

–Sei como é, a minha tia Rosa é como se fosse minha mãe.

–E os seus pais? Perguntei.

–Eles morreram em um acidente. Disse ele triste.

–Sinto muito, Vitor. Falei, fazendo carinho em seu ombro.

–Tá tudo bem, já faz tempo. Mais me fala, como foi esse acidente que você sofreu?

Esse é um assunto delicado pra mim. Eu não queria que o Vitor ficasse com uma má impressão de mim.

–Não é um assunto muito leve para uma conversa. Falei um pouco séria.

–Esse assunto mexe muito com você, não é?

–É sim.

–Eu também passei por uma barra recentemente. Mas a gente tem que levantar a cabeça e ver o lado bom das coisas. Disse ele sorrindo.

–Pra quem passou por uma barra, você é bem alto-astral. Falei rindo.

–Eu tento ver as coisas boas em tudo.

–Se quizer conversar sobre isso, pode contar comigo tá?

–Bom saber que posso contar com você. Mas acho que você não vai ser tão compreensiva depois que souber o que eu passei. Falou ele, parecendo estar temendo minha reação.

–Outra coisa que temos em comum, temos um passado do qual não queremos lembrar.Disse tentando quebrar o clima tenso. Que pelo visto deu certo, pois o Vitor sorriu.

–Além de gostar de motos e poesia temos mais isso em comum. Formamos uma bela dupla!

–Concerteza! Mais você disse que escreve. Que tipo de coisas você escreve? Perguntei tentando mudar de assunto.

–Poemas. Quando eu não posso dizer o que eu tô sentindo, é o melhor jeito que eu consigo de expressar tudo o que eu queria dizer ou fazer.

–Eu também escrevia, só que eram músicas. Mas hoje não escrevo, apenas toco guitarra.

–Porque não compõe mais?

–Não tenho mais inspiração. Falei dando pouca importância.

–Entendo.

–E você? Quando vai me mostrar algo que escreveu? Perguntei sorrindo.

–Não sei se você iria gostar.

–Ah vamos lá! Recita um pra mim? Por favor? Pedi fazendo biquinho.

–Tá bom! Mais depois não diz que eu não avisei! Disse ele, e me olhando começou a recitar seu poema.

–“Que a pressa passe

Que a noite aquiete

E o tempo pare

Assim a vida vale a pena

Mesmo que a distância seja grande

E a saudade não seja pequena.”

Quando ele terminou de recitar o poema, eu o olhava impressionada. Ele tinha realmente talento para escrever.

–Então? Muito ruim né?Perguntou ele um pouco envergonhado.

–Claro que não! É simplesmente perfeito Vitor! Eu adorei!Falei sincera.

–Tem certeza de que estamos falando do meu poema?

–Não se menospreze! Você tem muito talento.

–Vou acreditar em você.Disse ele sorrindo de lado. – Quando vou poder escutar uma composição sua?

–Quem sabe um dia!Falei tentando não mostrar que aquilo nunca iria acontecer. – Vamos pra manifestação do C.R.A.U? É que eu prometi a Ju que daria uma passadinha por lá.

–Claro, vamos nessa!Falou e segurou minha mão novamente durante todo o caminho de volta.

Quando chegamos na manifestação estava rolando uma festa com fogos de artificios. Era simplesmente lindo. Desci da moto e tirei o capacete entregando ele para Vitor. Fomos procurar pela Ju juntos e a encontramos com Gil perto do balanço.

–Hey JuGil!Falei sorrindo ao vê-los juntinhos.

Eu os chamava assim quando eles estavam juntos. Era um apelidinho carinhoso que eu coloquei neles.

–E aí maninha! Como foi o passeio?Perguntou Gil me dando um abraço.

–Foi legal! Mas como você sabe que eu fui passear com o Vitor?

–Eu vi quando vocês passaram juntos de moto!Respondeu Ju sorrindo. – Que bom que você veio amiga!

–Eu disse que viria, não disse?Falei rindo.

–E aí Vitor, tudo bem?Perguntou Gil trocando um aperto de mão com Vitor. – A Lia aprontou muito hoje?

–Ei! Eu ainda tô aqui tá? O que o Vitor vai pensar de mim com você falando desse jeito?Falei fingindo estar irritada.

–Eu tô bem Gil e você cara? A Lia se comportou direitinho!Falou ele e piscou pra mim.

–Tô bem também. Na verdade, estou mais do que bem. Tenho uma namorada linda e minha irmãzinha voltou pra casa! Eu não poderia estar melhor.Disse Gil sorrindo.

–Pronto! Começou a rasgação de seda!Falei revirando os olhos. – Vamos sair daqui Vitor antes que a gente comece a vomitar arco-íris!Disse puxando Vitor pela mão.

–Sempre tão gentil não é Lia?Falou Ju rindo.

–Meu nome do meio é gentileza!Gritei ao me afastar deles.

–Vocês são ilários juntos!Comentou Vitor rindo.

–Aposto que você não aguentaria um dia morando com a gente!Falei rindo.

Ficamos parados vendo os fogos, quando eu percebi que Dinho e o resto dos amigos deles estavam olhando pra gente.

–Acho que os seus amigos estão com raiva por eu ter roubado você deles!Falei indicando a turminha com a cabeça.

–Eles não estão com raiva. E eu também não queria estar com eles agora mesmo.Falou ele dando de ombros. – Então quer dizer que você me roubou deles?

–Você entendeu!Falei dando um tapa no ombro dele.

–Lia!Gritou Bruno assim que me viu.

–Oi Bruno!Falei sorrindo quando ele veio me abraçar.

–Minha loirinha voltou!Falou ele me tirando do chão e girando, como ele sempre fazia quando a gente se encontrava.

–Ok, agora me coloca no chão monstrinho!Falei rindo.

Ele me colocou no chão e me deu outro abraço antes de me soltar. Era tão bom ver ele de novo. Ele era como um irmão pra mim e a gente se deu muito bem.

–A Ju me disse que você veio pra ficar.Disse ele com um grande sorriso no rosto.

–Você vai ter que me aguentar agora!Falei sorrindo. – Já conhece o Vitor?Perguntei colocando a mão no braço de Vitor.

–Claro que sim! Ele é colega da Ju.Disse ele ficando sério derepente. – Tudo bem?

–Tudo e você?Perguntou Vitor também super sério.

O clima ficou pesado e eles continuavam se encarando. Eu já não estava entendendo mais nada.

–Parece que todo os garotos desse mundo ama você não é Lia?Perguntou Fatinha furiosa.

Só era isso o que me faltava. A louca da Fatinha me enchendo o saco até fora do colégio. É muita falta de sorte mesmo.

–O que você quer agora Fatinha?Perguntei sem paciência.

–O Bruno vive me chamando de Facinha, mas a facinha aqui é você!Falou irritada. – Primeiro sai com o meu anjo e agora dá em cima do Bruno na frente do anjo? Você é muito facil garota!

Dane-se a promessa de não me meter mais em problemas! Eu não vou deixar essa barato! Me aproximei de Fatinha e dei um tapa na cara dela com toda a força que eu tinha.

–Vai encarar facinha?!Perguntei a provocando.

E a bad-girl estava de volta!





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