domingo, 11 de agosto de 2013

Eu Desisto!

Se isso é um pesadelo eu quero acordar agora! Ele não poderia estar fazendo isso comigo. Não agora que finalmente tinhamos decidido ficar juntos.

–Você tá brincando né Vitor?Perguntei nervosa.

–Não estou não Lia. Vai embora por favor!Pediu ele me olhando sério.

–Não acredito que você tá me pedindo pra ir embora! Vitor a gente se gosta e eu não me importo com o que os outros vão pensar de mim por sua causa!Falei prestes a surtar.

–Lia, esse não é lugar pra você e eu não gosto de você! Eu menti nisso também! Eu só queria ser o primeiro a pegar Lia Martins e ganhar do Dinho.Disse ele sem demonstrar emoção.

Aquilo foi como enfiar um ferro quente pela minha garganta. Ouvir aquilo me magoou tanto que eu não conseguia nem respirar direito.

–Então era isso? Você me usou pra ganhar uma aposta idiota?Perguntei quase chorando de raiva. –Porque eu Vitor? Porque você me fez gostar de você ? Eu não devia ter deixado você entrar na minha vida! Você fala do Dinho mais se torna ainda mais pior que ele!Gritei e saí da sala furiosa.

Naquele momento tudo o que eu queria era sumir da face da terra. Me sentia usada e um lixo de pessoa. Eu devia saber que nunca ninguém iria gostar de mim de verdade. Só iriam me usar como da outra vez e agora com o Vitor. Eu tinha decidido não entregar meu coração para mais ninguém e agora estou eu com meu coração em pedaços porque mais uma vez, me apaixonei pelo cara errado.

–Lia!Disse Bruno quando me viu saindo da prisão.

–Me tira daqui por favor!!Pedi chorando.

Eu não consegui não chorar quando ele me abraçou. E mais uma vez o Bruno estava me segurando do buraco em que eu estava. No caminho para casa, ficamos em silêncio enquanto eu pensava em como pude ser tão idiota ao ponto de me apaixonar por um cara como o Vitor.

Mau me despedi do Bruno e fui correndo para o meu quarto. Não queria ver ninguém com pena de mim e muito menos o Gil com aquela cara de “eu te avisei!”. Fiquei sentada encostada na porta, chorando tudo o que tinha pra chorar e acabei adormecendo.

Vitor:

No dia seguinte....

Dizer aquelas coisas para a Lia foi como arrancar o meu coração do peito. Eu amo tanto aquela garota que se eu pudesse voltaria no tempo e não diria o que eu disse para ela. A Lia se fazia de forte mais no fundo eu sabia que ela era muito frágil e que já tinha sofrido muito para merecer uma coisa dessas. Eu fui um idiota, mas eu só queria protegê-la disso tudo. Não queria que ela passasse suas tardes vindo na prisão me visitar. Nem eu sei quando vou sair daqui, então pra que ficar prendendo ela a mim? Ela merece alguém melhor que possa oferecer uma vida feliz e amor sem medo.

Estava na minha cela ainda muito abalado com o que tinha acontecido quando um guarda disse que eu tinha outra visita. Pensei que era o Doutor Olavo, mas quando entrei na sala de visitas vi que era a Fatinha.

–Oi anjo!Disse ela me olhando triste.

–Oi Fatinha! O que tá fazendo aqui?Perguntei surpreso por vê-la.

–Eu vim saber o que você tem na cabeça pra falar aquelas coisas pra Lia!Disse ela irritada.–Eu não sei como você pôde fazer uma coisa dessas com ela. A Lia tá arrasada sabia? Você destruiu ela! E não venha me dizer que foi verdade o que você disse pra Lia porque eu sei que não é! Você ama a Lia e eu sei disso! Então pode ir falando o que fez você dizer aquelas coisas pra ela!

–Fatinha a Lia não merece enfrentar essa barra comigo! Eu quero que ela seja feliz e...

–Você acha que ela tá feliz agora?Perguntou furiosa. –A Lia te ama! Então acho melhor você colocar juízo nessa sua cabeça e falar a verdade pra ela antes que eu te mate e seja eu quem vai ficar presa!

Sinceramente eu não sabia mais o que fazer. Se até a Fatinha percebeu que a Lia tá mau é porque ela realmente esta muito mau. Não queria fazer ela sofrer mas também não queria que ela tivesse que passar por esse tipo de coisa. Estava num beco sem saída.

Lia:

Não fui para o colégio na manhã seguinte. Eu não tinha mais vontade de aturar a Polly passando na minha cara que eu também tinha sido usada pelo Vitor. Queria que abrisse um buraco e me engolise! Estava tocando guitarra no meu quarto quando Gil entra.

–Oi maninha!Disse ele vindo se sentar ao meu lado.

–Oi.Falei triste.

–Você tá mau por causa daquele cara né? Não sabe o que eu daria pra não te ver desse jeito.

–Então para de falar nele que talvez eu esqueça que banquei a idiota mais uma vez!

–Não fica assim ok? Ele não te merecia e não sabe o que esta perdendo. Eu tô aqui com você e te amo muito!Disse ele me abraçando.


–Também te amo maninho! Agora vamos parar com essa cafonice que eu não nasci pra ficar chorando pelo Vitor!Falei tentando sorrir.

–Ei irmãozinhos fofos! Eu tô entrando!Disse Fatinha entrando no meu quarto.

–Oi Fatinha! Falei tentando não demonstrar tristeza.

–Oi Lia! Gil será que eu posso falar com a sua irmã sozinha? É que é papo calcinha sabe?Pediu ela sorrindo.

–Vou deixar vocês conversarem! Até mais maninha!Disse ele e saiu do meu quarto.

–O que você quer falar comigo?Perguntei curiosa.

–Eu não quero conversar com você. Eu vim aqui te entregar uma coisa!Disse ela tirando um envelope da bolsa. –Na verdade, eu tô servindo de pomba correio hoje. Mas só leia quando eu sair tá? Não quero lever mais bronca de você!Falou me entregando o envelope e saindo do meu quarto logo em seguida.

Eu não estava entendendo mais nada. A Fatinha tinha surtado de vez mesmo. Mas, quando vi a letra no envelope entendi o porque dela ter saido daquele jeito. Era uma carta do Vitor. A minha primeira reação foi amassar e jogar num canto do quarto. Eu não queria saber mais nada sobre ele.

Mas depois mudei de ideia e peguei a carta novamente e me sentei na cama para ler.

“Lia eu sei que você deve estar me odiando agora e você tem toda a razão, mas eu não poderia deixar as coisas como estão. Eu menti para você sim, mas não pelo motivo que você pensa.

Eu nunca apostei nada com o Dinho. Nunca faria isso com você! Eu sei que você não vai acreditar nisso, mas hoje a Fatinha me fez ver o quanto fui estupido e idiota eu fui com você.

Nem todas as palavras do mundo poderiam descrever o quanto eu fui errado em dizer aquelas coisas para você.

Então, se você não quizer me ver depois disso eu irei entender. Só lhe peço que não se esqueça de todos os momentos lindos que passamos juntos. Foi os melhores dias da minha vida.

Mil desculpas, Vitor.”

Quando terminei de ler minha cabeça parecia que ia explodir. Como é que ele faz uma coisa dessas comigo? Mente pra mim, depois me magoa e agora vem com esse papinho que fez isso pra me proteger? O Vitor é louco ou o que? Fui guardar a carta e encontrei o livro de Romeu e Julieta. Isso me fez lembrar de quando recitamos juntos. Aquilo foi tão verdadeiro e tão certo que me fez acreditar que poderíamos dar certo juntos.

Peguei o livro e minha bolsa e sem pensar muito saí de casa a procura de um taxi. Eu disse que nunca mais voltaria aqui e lá vou eu mais uma vez quebrar a cara. Um guarda me levou para a sala de visitas e quando eu entrei o Vitor já estava lá.

–Lia?Disse ele parecendo estar surpreso por me ver alí tão cedo.

–Isso aqui é verdade ou só mais um truque pra me fazer de idiota?Perguntei jogando a carta em cima da mesa.

–Se você veio até aqui é porque sabe que é verdade.Disse ele me olhando triste.

–Vitor, você tá querendo me fazer de palhaça ou o que? Cara eu juro que eu tô tentando te entender mais tá dificil!Falei irritada com toda aquela situação.

–Nem eu me entendo Lia. Eu só queria que você não sofresse e acabei de magoando ainda mais.

–Sim, você me magoou muito e eu nunca vou ter palavras para dizer o quanto. Mas eu vim até aqui te perguntar o que você pretende com essa carta. Você ainda quer ficar comigo?Perguntei temendo a resposta.

–Não Lia. Eu só te mandei essa carta para não te deixar sofrendo por uma mentira. Eu não sei quando irei sair daqui e não vou ficar te dando falsas esperanças.

–Tudo bem, eu entendi.Falei me levantando e tirando o livro de Romeu e Julieta da minha bolsa. –Fica com isso. Assim você vai ter alguma coisa pra ler e vai te fazer lembrar do quanto era bom a gente junto. Tchau Vitor e eu espero que você saía logo daqui.

Fui embora sem olhar pra trás. Tinha decidido que aquela estória morreu alí e que de agora em diante eu vou seguir minha vida como se nada daquilo tivesse acontecido. Só vou guardar isso como uma boa lembraça que acabou de uma forma triste.

Assim que cheguei em casa, encontrei com o meu pai andando pela sala parecendo estar furioso.

–Até que fim você chegou! Pode me dizer onde você estava?Perguntou nervoso.

–Eu fui dar uma volta.Menti.

–Não minta pra mim Lia! Eu sei que você foi ver aquele bandido do Vitor!Disse ele irritado.

–Como você sabe disso?

–O Bruno veio aqui te ver porque a Fatinha disse pra ele que o Vitor mandou uma carta pra você e com você não estava em casa eu deduzi que tinha ido ver o bandido!

–Pai, o Vitor não matou ninguém! Ele é inocente!Falei com raiva.

–Não defenda ele Lia!Gritou ele.

–Mais se até o tio Olavo sabe que ele é inocente porque você não acredita?Perguntei irritada.

–Porque ele matou uma pessoa Lia e você é minha filha! Eu quero você bem longe dele apartir de agora entendeu?

–Você não pode fazer isso!Gritei furiosa.

–Claro que posso! É isso ou o colégio interno! Você escolhe!

–Não precisa me ameaçar pai! Eu terminei com o Vitor!Gritei e saí correndo para o meu quarto.

E quando a gente pensa que não pode piorar, tudo desaba! Meu pai era um idiota e eu aposto que foi o Bruno quem meteu essas ideias na cabeça dele. Mas isso não importa mais! Eu não tenho mais nada com o Vitor e quanto mais longe dele eu ficasse agora, mas fácil vai ser de esquecê-lo.

Alguns dias depois...

O tempo passou e eu tentei levar a minha vida adiante. Mas o vazio da presença do Vitor me acompanhava onde quer que eu fosse. Não tive mais noticias dele e não procurava saber. A Fatinha até tentou me manter informada mas eu não dei muita corda pra isso. O Bruno pediu desculpas pelo que fez e agora ele era o meu melhor amigo. Só ele parecia entender o que eu estava passando. Ele sempre foi como um irmão pra mim e agora estava sendo super importante me ajudando a superar tudo o que tinha acontecido.

Estava saindo do colégio com Ju e o Gil depois de mais um dia de aulas. Quando me deparei com a cena que eu não esperava. O Vitor vinha caminhando até o portão do colégio e parecia estar bem. Não pudi evitar de sorrir ao vê-lo, mas meu sorriso sumiu assim que o vi indo até a Polly e a beijando na frente de todos.

Minha vontade era de matar aqueles dois. Todos os alunos olhavam do beijo pra mim rindo. Eu estava sendo a “corna” da situação. Mas se eles pensam que eu vou sair por baixo dessa situação eles estão enganados. Ninguém brinca com Lia Martins e saí por cima.

Vi o Bruno chegando ao colégio para nos buscar como fazia todos os dias desde que o Vitor foi preso. Não pensei duas vezes e fui até ele dando o meu melhor sorriso.

–Oi loirinha!Disse ele sorrindo.

–Oi monstrinho!Falei sorrindo ao passar pela Polly e o Vitor que ainda estavam se beijando.

–Tudo bem?Perguntou olhando para eles.

–Agora que você chegou é claro que está!Falei e o puxei para mim o beijando.

Se o Vitor queria jogar tinha que aprender que eu nunca entro pra perder e que nesse jogo eu sou a melhor!

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