terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Capítulo 7


— Uau... obrigado. Eu estou surpresa que elas não estão penduradas em você, não vai demorar muito até que elas descubram que você é novo por aqui. - eu disse, rindo.

Eu não posso acreditar que ele realmente prestou atenção ao que eu disse antes. É como se ele soubesse que eu estaria desconfortável chegando aqui com nenhum lugar para sentar.

— Não, piriguetes realmente não são meu tipo. - disse ele em seu baixo sotaque do sul.

Eu imediatamente me perguntei se eu era o tipo dele. Quero dizer, ele guardou uma cadeira para mim e não para outra pessoa.

— Elas tentaram, mas ele as assustou. - Tobias Reed interrompeu.

Tobias estava sentado do outro lado de Jaxon. Ele era muito bonito para um “sabe tudo”. Ele sabia a respeito de todo mundo, mas ele é inteligente como o inferno, então é útil sentar junto com ele na sala de aula.

Ucker deu de ombros vagamente — Não é grande coisa, eu ouvi você dizer ao Poncho para lhe guardar um lugar e percebi que eu poderia ajudá-la.

Ele começou a tirar a jaqueta de couro e eu podia ver que ele estava usando uma camiseta cinza escuro por baixo que mostrava a extensão de seu peito. Me lembrei de Poncho dizendo que ele jogou futebol com esses caras em casa e me perguntei se ele jogaria pela Universidade.

Antes que eu pudesse perguntar, o Professor Patterson entrou pela porta dos funcionários e colocou a maleta sobre a mesa. Todo mundo começou a se acalmar quando nós o vimos tirar os papéis da bolsa. Eu tive aula com o Professor Patterson todos os anos desde que eu entrei aqui, e eu sempre gostei de vir para as suas aulas. Ele é mais descontraído do que outros professores, ele exige muito trabalho, mas ele não é um daqueles p/au no c/u que vai lhe chamar para fora e fazer você se sentir desconfortável na frente de todos os outros alunos. Não há nada que deixe meus joelhos travados e as palmas das mãos suadas como estar na frente de uma multidão de pessoas pra falar.

Annie foi a peças desde que estávamos no ensino médio e ela podia comandar um teatro inteiro, mas eu acho que vomitaria em todos os lugares se eu tivesse que trocar de lugar com ela.

— Bem-vindo ao Jornalismo 359: Jornalismo Investigativo. Espero que estejam todos na aula certa. Meu assistente está distribuindo o plano de estudo, por favor, pegue um e passe o restante para trás. Vocês todos sabem ler, vocês não teriam chegado tão longe se vocês não soubessem. Vocês não precisam de mim para ler sobre cada ponto do plano, é de sua responsabilidade ler e fazer o que é exigido de você.

Outra razão, porque eu gosto de Patterson tanto, ele vai direto ao ponto. Nós não temos que perder uma hora inteira lendo exatamente o que vamos fazer em todas as nossas outras aulas nos próximos dias.


— Com jornalismo investigativo, você será jogado em uma situação com pessoas que você não conhece e você vai ser obrigado a voltar com as melhores respostas que você pode ter a partir deles. Você precisa aprender a fazer perguntas, boas perguntas, no local. Nós vamos fazer um pequeno exercício hoje e praticar com ele. - o professor propôs, enquanto caminhava para trás e para frente. — Todo mundo vire e escolha um parceiro, não atravesse a sala, basta escolher alguém próximo a você. Faça perguntas que você possa pensar para manter a conversa rolando. Você precisa ser capaz de manter um diálogo e obter informações cruciais das pessoas. Eu não preciso que você escreva tudo isso, porque eu não teria tempo para lê-lo. Eu só quero que você fique confortável falando com alguém que você não conhece, e faça perguntas que você não teria de perguntar se você não estivesse trabalhando. Comecem.

Ucker virou o corpo para enfrentar o meu em seu assento. — Parceiro? - ele perguntou e eu assenti com a cabeça.

Eu não tinha certeza se eu queria que esse cara lindo me fizesse um monte de perguntas pessoais, ele parecia muito observador. Por outro lado, eu estava interessada em saber mais sobre ele.

— Uh, desculpe-me, Ucker, você deve ser o meu parceiro, já que eu não tenho ninguém do meu outro lado. Dulce pode ser sua parceira. - Tobias disse, apontando para a garota à minha esquerda, que já estava claramente em uma conversa profunda com o cara na frente dela.

— Não, desculpe cara. Eu definitivamente vou sentar aqui e aproveitar para conhecer a Dulce.

Ele disse meu nome como se ele não tivesse certeza de como pronunciá-lo.

Tobias ficou claramente chateado que ele não podia começar a sua “missão”.

— Cara, se você quiser ir pra cama com ela, não é difícil. Você não precisa sentar aqui e conhecê-la. Ela vai dar pra você sem as vinte perguntas.

Ele começou a se levantar para encontrar um parceiro quando Ucker colocou o braço no ombro de Tobias para impedir que ele levantasse.

— Tobias, cara, relaxa, isso não é mesmo uma tarefa gradual. - Ucker apertou seu ombro e aquilo parecia totalmente inocente até que eu notei a careta de Tobias, e percebi que talvez Ucker estivesse apertando um pouco forte.

Ucker não parecia estar com raiva, a única coisa que eu podia ver que demonstrava a sua ira com as palavras de Tobias foi a tensão em sua mandíbula e o olhar de aço que ele lhe deu.

— Agora, se desculpe com a Dulce - ele disse calmamente.



O quê? Ele estava apontando para mim? Eu provavelmente deveria impedi-lo porque não é como se Tobias tivesse falado uma mentira. Para ser honesta, o seu comentário nem sequer me perturbou. Eu aprendi a bloquear qualquer irritação na direção “observações sobre a vagabunda” no ano de caloura. As únicas pessoas que nunca me disseram nada eram Annie e Poncho, um completo estranho na época.
Não é como se ele soubesse que eu realmente sou uma vagabunda e que sua defesa era desnecessária.

— Está tudo bem, Ucker. Não se preocupe com isso. Tob, sem ressentimentos, mas vai procurar outro parceiro. - eu sussurrei para ambos, tentando não puxar qualquer outra atenção para nós.

Ucker continuou olhando para ele.
Exasperado, Tobias soltou um suspiro irritado antes de falar.

— Desculpe, Dulce Maria, eu não deveria ter dito isso. - Então ele se virou para Ucker e tirou a mão agora com nódulos brancos de seu ombro. — Relaxa, cara, você não sabe quem ela é. - disse ele em voz baixa, enquanto caminhava rapidamente.

Eu não sei se ele quis dizer para eu não ouvir, mas eu ouvi.
Ucker se voltou para mim na cadeira e me olhou nos olhos por um par de segundos. Eu não sei o que ele estava procurando, talvez para ver se eu estava chateada com o Tob, eu disse.

— Obrigado por me defender, mas realmente não era necessário. - Eu fiquei nervosa, enquanto ele ainda estava olhando para mim.
— Não é bom para qualquer cara falar com uma garota assim. Eu não me importo se o que ele disse é verdade ou mentira.
— O que ele disse é verdade. Tenho certeza de que uma vez que você falou comigo, metade dessas meninas vão pular em você depois da aula apenas para que você saiba a minha reputação. - eu disse a ele.
— Não me importa como é a sua reputação, a maioria de nós não são bons de qualquer maneira. Isso é o que faz uma reputação - disse ele olhando para o seu notebook em vez de olhar para mim. Então ele sacudiu a cabeça um pouco como se estivesse limpando-a e virou-se para olhar para mim de novo. — Então, Dulce Maria, né?
— Sim, embora, ninguém me chame assim. Tobias só usa ocasionalmente e a única razão pela qual ele sabe o meu nome é porque estudamos para as provas finais do ano passado juntos e ele viu em meus papéis. Annie só me chama assim quando ela está realmente chateada comigo.
— Posso te chamar de Doce?
— Hã? Err... sim, se você preferir.

Me inclinei na mesa, girando a minha caneta entre os meus dedos, e sorrindo para ele.


Nenhum comentário:

Postar um comentário