..Depois do almoço no quarto de Diego...
-Tomás, eu acho que eu vou usar essa roupa. – Diego mostrou uma calça branca.
-Vai seduzir a Robertinha.
-Isso aí. -Ele falou rindo. Alguém bateu na porta.
-Tomás, você pode sair um instantinho? – Pilar falou, enquanto Tomás olhava o decote em V que ela usava.
-Hm. Claro. – Ele falou, engolindo seco. – Quando ele saiu, deixou a porta aberta.
-Diego... – Pilar falou, forçando uma voz sexy.
-Pilar, você sabe que ontem nós só iamos sair para esclarecer as coisas do fim do namoro não é?
-Por que Mô? – Ela falou, encostando propositalmente os seus seios nele, acariciando os cachinhos de Diego. – A gente podia recomeçar. – Ela falou, descendo a mão pelo seu rosto. Nesse momento, Roberta foi até o quarto de Diego para pedir desculpas pelo lance do ponto, mas se deparou com algo que ela não queria ter visto e foi embora.
-Pilar, me desculpa, mas o lance acabou e não vai mais voltar. – Ele disse, se afastando.
-Eu vim toda pronta pra você, pra me dispensar? O que tá acontecendo Bustamante? É a ruiva sem graça?
-Roberta, você quis dizer.
-Diego, eu posso te fazer muito feliz, como fazia antes. – Ela falou, começando a desabotoar a blusa de Diego. – Você vai voltar a sentir algo por mim, bem aqui. – Ela colocou a mão no peito nú de Diego, onde fica o coração.
-Desculpa.
-Não, não! Não precisa pedir desculpa. – Ela falou descendo mais a mão, e tentando o beijar, o jogando na cama.
-Vai com calma, acabou. – Ele falou, se levantando.
-Diego como assim, do nada? O que foi que deu em você hein? – Ela falou, ainda deitada na cama, numa posição que expunha propositalmente o seu umbigo. – O que é que a ruivinha fez contigo?
-Ela não fez nada, mas sai daqui, vai Pilar, vai embora. – Diego falou,a segurando pelo braço de uma maneira forte e agressiva, a levando para fora do quarto.
-Ai, me solta, você vai se arrepender de ter me tratado assim, Dieguinho.
Roberta (narração):
Eu não acredito, nesse momento eu percebi, que eu estou definitivamente gostando do Ken, ai que raiva. Saí correndo para que eles não me vissem e acabei derrubando os livros de alguém.
-Ai desculpa Miguel. – Me desculpei, enquanto apanhava os livros no chão.
-Sem problemas... Roberta, não é?
-Isso. – Dei um sorrisinho.
-O que você tava fazendo aqui no andar dos dormitórios masculinos?
-Eu vim falar com o Diego, mas não vale a pena.
-Ah... E por que essa cara hein?
-Hã? Eu? Que nada.
-Dá pra perceber Roberta.
-Perceber o que?
-Não se faz de desentendida, vocês dois cantando lá na sala explica tudo.
-Não, na verdade não, aquilo foi só pra um trabalho, a gente não tem nada.
-E por que você veio falar com ele?
-Eu não falei com ele.
-Por que?
-Pilar estava no quarto.
-E isso te incomoda?
-Não.
-Então você podia ter simplesmente batido na porta e pedido falado “com licença”, não fez isso porque ficou com ciúmes.
-Ai garoto, você nem me conhece, para de querer entender as coisas. – Falei irritada, porque sabia que tudo que ele tinha dito era verdade.
-Olha, pode falar as coisas comigo se quiser...
-Eu não vou falar sobre o bonequinho de plástico com um amigo dele!
-Eu na verdade não sou amigo do Diego.
-Não? – Perguntei, confusa.
-Na verdade me irrita esnobes feito o Diego e a Mia, eles formariam o par perfeito.
-Sempre achei isso. – Falei, rindo. Em pouco tempo de conversa percebi que eu e o Miguel achavamos coisas em comum, e que mesmo sem nunca ter conversado com ele, ele percebeu minha situação com o Diego de cara. –Mia parece ser, mas ela não é esnobe na verdade, só é patricinha.
-Uma patricinha bem metida.
-Ah Miguel, você só fala isso porque já gostou dela! Ou gosta, não sei.
-Nunca gostei.
-Vocês já até namoraram.
-Sim, mas acabou.
-Então quer dizer que já gostou sim! – Miguel ficou sem ter o que falar. – Miguel, fala comigo!
-Comigo.
-Ai idiota. – Falei dando uma tapinha nele e um sorrisinho. – E por que ficou tão nervoso? Você poderia ter simplesmente falado que já gostou dela, mas o lance acabou e pronto. Em vez disso você fica todo nervoso.
-Tá bom de perguntas, já ta me deixando tenso.
-Você fez a mesma coisa comigo!
-Desculpa? – Ele fez um biquinho.
-Tudo bem. - Falei rindo. Miguel era a primeira pessoa que me fez rir naquele dia. – Mas assume, já gostou da Mia sim.
-Assumo, se você contar o que tá acontecendo com o Diego.
-Você acabou de assumir então, seu burro!
-Eita, foi mesmo. – Ele começou a rir. – Então estamos iguais, você já gostou do Ken, ou gosta, não sei, e eu da Barbie.
-Eu não disse que gostei dele, você que disse que gostou dela.
-Roberta, não dá nem pra esconder, assume logo, eu nem sou amigo dele! E dou a maior força pra você não ficar com ele.
-Se é assim... Tá certo, eu assumo, eu tenho uma pequena queda por ele, bem pequena sabe?
-É uma pequena queda ou um abismo?
-Haha, muito engraçado, abismo é o que você tem pela Mia.
-É... Mas não vale a pena.
-Claro que vale, Mia é uma barbie com conteúdo, Diego não.
-Roberta, eu acho que o Diego não te merece, ele é muito mauricinho, acostumado a ter tudo que quer.
-Eu sei... Mas além de tudo, ele vai voltar com a Pilar eu acho.
-E você tá mal com isso, né?
-Não sei... A verdade é que a primeira vez que eu o vi eu já senti algo diferente depois nós tivemos alguns beijos, mas eu não sei, eu tava muito confusa, mas quando eu o vi com a Pilar hoje eu percebi que é ele, ele quem vai mudar tudo daqui pra frente. Ele quem vai fazer meu coração acelerar sempre, e isso não tá certo.
-Que profundo.
-Ai Miguel, é a primeira vez que eu falo contigo de verdade e acabei de contar praticamente tudo da minha vida que nem à Mia e à Lupita que são minhas amigas eu tive coragem de falar.
-A gente percebe que uma amizade vai ser forte as vezes em apenas cinco minutos. Eu também acabei de falar um assunto que eu preferia que nem existisse... Mia, ela já te contou da gente não é? – Eu não sabia o que ele quis dizer com isso. Será que era sobre a história da morte do seu pai? Se não fosse, eu acho que seria indelicado eu comentar. Então, na dúvida, preferi dizer que não.
-Só que vocês namoravam.
-Hum... Olha, eu tenho que ir. – Ele me deu um beijo na bochecha e foi embora. Acho que ficou meio sentido porque se lembrou do pai. Deve ser terrível, ser apaixonado por uma menina que toda vez que pensa nela, ou a vê se lembra que o pai dela foi o causador da morte do seu pai. Eu queria saber como foi essa história na verdade, eu acho que isso nunca foi bem esclarecido. Ia fazer muito bem pra os dois se eles entendessem o que aconteceu de verdade. E eu quero ajudá-los, afinal, a Mia em pouco tempo já é uma grande amiga, e o Miguel em apenas cinco minutos eu percebi que esse menino vai ser como um irmão pra mim, pra sempre.
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