Roberta:
Por que? Você sentiu? – Perguntei, cínica, certa de que minha resposta deveria ser negativa, afinal, era negativa.
–Eu perguntei primeiro, e você fez outra pergunta, de novo. – Ele falou, ainda comprimindo o meu queixo em sua mão.
–Porque eu não quis responder, de novo. – Rebati, tirando sua mão de meu queixo e depois o limpando ironicamente.
–Turma, eu quero esse texto para amanhã, valendo um terço de sua nota, amanhã logo cedo, então, terminem hoje à noite. Estão liberados. – A professora de filosofia falava, enquanto apagava o que estava escrito em seu caderno.
–Então... A gente termina hoje à noite? – Perguntei.
–Sim, eu... Eu vou lá no seu quarto.
Pouco depois do jantar, eu estava no meu quarto, já nem me lembrava mais do trabalho, Diego, ou qualquer outra coisa.
–Amiga eu estou indo terminar o meu texto com a Pilar.
–Ok Lupe. – Então eu fui arrumar meu guarda-roupa, que eu por sinal ainda não havia desfeito as malas. Escutei o barulho da porta se abrindo. – Lupe? – A luz do nada se apagou. – Lupita? Lupita? Acende por favor vai, deixa disso, eu tenho que terminar de arrumar minhas coisas. – A porta bateu muito forte. – Lupita, sério, eu não estou com medo. – E então eu senti um braço envolvendo minha cintura, encontrando com o outro braço, e eu percebi que estava presa. – Quem é? Me solta, isso não tem graça, sério, me solta! – Senti uma boca se encostando no meu ouvido, com seus braços ainda em volta de meu corpo.
–Não. Sabe por que? Porque eu vim aqui para... Para fazer o trabalho sobre amor.
–Diego idiotaaaa! – Disse, o empurrando e correndo para acender a luz e jogando um travesseiro em seu rosto. – Sério Diego, você parece uma criança de 7 anos.
–Ah Roberta, eu não tinha o que fazer.
–Mas eu tenho né? Espera aí enquanto eu desfaço minhas malas.
–Não, deixa que eu te ajudo.
–Ok... Você vai me dando as roupas e eu vou colocando no guarda-roupa no andar de cima do quarto. – Diego pegava uma pilha de roupas e levava lá para cima, e eu as guardava. Só que ele estava demorando muito. Então eu desci.
–Roberta quem é essa? – Diego me perguntou me mostrando uma foto de um álbum de fotos.
–Onde... Onde você encontrou isso? – Respondi, tomando o álbum involuntariamente.
–Estava na sua bolsa, mas quem é essa que está te carregando? Essa é você né?
–Ninguém Diego, ninguém. Olha, quer saber, vamos começar logo o texto, e depois eu termino amanhã de arrumar as coisas.
–Não, hã? Por que você se estressou tanto depois disso?
–Eu não me estressei, eu só me lembrei que está ficando tarde e ainda não fizemos nada. – Falei enquanto buscava um caderno e me sentava na cama. Ele se sentou ao meu lado.
–Roberta, sério, sem fingimento, o que aconteceu?
–Nada, eu já disse que nada e pronto!
–Ela é... Sua mãe?
–Isso Diego, isso. Agora você já sabe, e já acha também que a minha mãe é muito mais bonita do que eu, agora vamos começar. – Falei, enquanto começava a escrever uns rabiscos inúteis, só para ele pensar que eu já estava fazendo alguma coisa.
–O que Roberta? Não, não, não... Eu não pensei isso nem nada.
–Eu sei que pensou, todos pensam. Você não sabe como é difícil ser filha de Alma Rey. – Falei, engolindo o choro.
–Roberta, para. – Ele falou, tomando o lápis da minha mão. – Me explica isso, você quer desabafar, eu sei que quer, e eu imagino que você... Bom, como disse na aula que o amor para você não é nada, nunca deve ter tido laços fortes com ninguém não é?
–Hm, é.
–Então, se abre comigo, por favor. – Ele falou, entrelaçando os seus dedos nos meus, fazendo com que eu olhasse nos seus olhos com um pouco de dúvida.
–É que... É que... – Eu não consegui me controlar, não consegui controlar as lágrimas e o desespero, e involuntariamente “voei” para cima dele, o abraçando muito forte e sem conseguir parar de chorar. – Diego, minha mãe me teve quando ainda era adolescente e ela ainda estava iniciando a carreira dela, então ela nunca me deu atenção nem nada. Fui criada por empregados. E ela é muito mais bonita do que eu, você não tem noção como é ruim você ficar sendo comparada o tempo todo com a sua própria mãe.
–Roberta... Você, você é linda. Não tem que dizer nada disso. Com certeza todos os garotos te conhecem, querem ficar com você.
–Não antes de conhecer minha mãe. – Falei, fitando o chão.
–As pessoas que comparam vocês devem ser cegas porque... – Ele parou de falar, levantando minha cabeça pelo queixo com a ponta de seus dedos, e logo depois enxugando os meus olhos. – Porque qualquer homem daria tudo para te ver naquele ângulo que eu te vi hoje mais cedo. Não chora, eu só peço isso. – E naquele momento, ele colocou a mão por trás da minha nuca, perdendo os seus dedos no meu cabelo, me puxando para mais perto. Até que os nossos narizes ficaram encostados de novo. E eu pude sentir o seu hálito quente entrando na minha boca enquanto ele sussurrava bem baixo. – E... Da maneira como eu estou vendo agora. – Então, eu senti sua língua explorando cada parte de minha boca, me puxando para mais perto. E esse Diego, não parecia ser aquele que eu conheci. Era a primeira pessoa que mostrou se importar comigo, em toda a minha vida.
Por que? Você sentiu? – Perguntei, cínica, certa de que minha resposta deveria ser negativa, afinal, era negativa.
–Eu perguntei primeiro, e você fez outra pergunta, de novo. – Ele falou, ainda comprimindo o meu queixo em sua mão.
–Porque eu não quis responder, de novo. – Rebati, tirando sua mão de meu queixo e depois o limpando ironicamente.
–Turma, eu quero esse texto para amanhã, valendo um terço de sua nota, amanhã logo cedo, então, terminem hoje à noite. Estão liberados. – A professora de filosofia falava, enquanto apagava o que estava escrito em seu caderno.
–Então... A gente termina hoje à noite? – Perguntei.
–Sim, eu... Eu vou lá no seu quarto.
Pouco depois do jantar, eu estava no meu quarto, já nem me lembrava mais do trabalho, Diego, ou qualquer outra coisa.
–Amiga eu estou indo terminar o meu texto com a Pilar.
–Ok Lupe. – Então eu fui arrumar meu guarda-roupa, que eu por sinal ainda não havia desfeito as malas. Escutei o barulho da porta se abrindo. – Lupe? – A luz do nada se apagou. – Lupita? Lupita? Acende por favor vai, deixa disso, eu tenho que terminar de arrumar minhas coisas. – A porta bateu muito forte. – Lupita, sério, eu não estou com medo. – E então eu senti um braço envolvendo minha cintura, encontrando com o outro braço, e eu percebi que estava presa. – Quem é? Me solta, isso não tem graça, sério, me solta! – Senti uma boca se encostando no meu ouvido, com seus braços ainda em volta de meu corpo.
–Não. Sabe por que? Porque eu vim aqui para... Para fazer o trabalho sobre amor.
–Diego idiotaaaa! – Disse, o empurrando e correndo para acender a luz e jogando um travesseiro em seu rosto. – Sério Diego, você parece uma criança de 7 anos.
–Ah Roberta, eu não tinha o que fazer.
–Mas eu tenho né? Espera aí enquanto eu desfaço minhas malas.
–Não, deixa que eu te ajudo.
–Ok... Você vai me dando as roupas e eu vou colocando no guarda-roupa no andar de cima do quarto. – Diego pegava uma pilha de roupas e levava lá para cima, e eu as guardava. Só que ele estava demorando muito. Então eu desci.
–Roberta quem é essa? – Diego me perguntou me mostrando uma foto de um álbum de fotos.
–Onde... Onde você encontrou isso? – Respondi, tomando o álbum involuntariamente.
–Estava na sua bolsa, mas quem é essa que está te carregando? Essa é você né?
–Ninguém Diego, ninguém. Olha, quer saber, vamos começar logo o texto, e depois eu termino amanhã de arrumar as coisas.
–Não, hã? Por que você se estressou tanto depois disso?
–Eu não me estressei, eu só me lembrei que está ficando tarde e ainda não fizemos nada. – Falei enquanto buscava um caderno e me sentava na cama. Ele se sentou ao meu lado.
–Roberta, sério, sem fingimento, o que aconteceu?
–Nada, eu já disse que nada e pronto!
–Ela é... Sua mãe?
–Isso Diego, isso. Agora você já sabe, e já acha também que a minha mãe é muito mais bonita do que eu, agora vamos começar. – Falei, enquanto começava a escrever uns rabiscos inúteis, só para ele pensar que eu já estava fazendo alguma coisa.
–O que Roberta? Não, não, não... Eu não pensei isso nem nada.
–Eu sei que pensou, todos pensam. Você não sabe como é difícil ser filha de Alma Rey. – Falei, engolindo o choro.
–Roberta, para. – Ele falou, tomando o lápis da minha mão. – Me explica isso, você quer desabafar, eu sei que quer, e eu imagino que você... Bom, como disse na aula que o amor para você não é nada, nunca deve ter tido laços fortes com ninguém não é?
–Hm, é.
–Então, se abre comigo, por favor. – Ele falou, entrelaçando os seus dedos nos meus, fazendo com que eu olhasse nos seus olhos com um pouco de dúvida.
–É que... É que... – Eu não consegui me controlar, não consegui controlar as lágrimas e o desespero, e involuntariamente “voei” para cima dele, o abraçando muito forte e sem conseguir parar de chorar. – Diego, minha mãe me teve quando ainda era adolescente e ela ainda estava iniciando a carreira dela, então ela nunca me deu atenção nem nada. Fui criada por empregados. E ela é muito mais bonita do que eu, você não tem noção como é ruim você ficar sendo comparada o tempo todo com a sua própria mãe.
–Roberta... Você, você é linda. Não tem que dizer nada disso. Com certeza todos os garotos te conhecem, querem ficar com você.
–Não antes de conhecer minha mãe. – Falei, fitando o chão.
–As pessoas que comparam vocês devem ser cegas porque... – Ele parou de falar, levantando minha cabeça pelo queixo com a ponta de seus dedos, e logo depois enxugando os meus olhos. – Porque qualquer homem daria tudo para te ver naquele ângulo que eu te vi hoje mais cedo. Não chora, eu só peço isso. – E naquele momento, ele colocou a mão por trás da minha nuca, perdendo os seus dedos no meu cabelo, me puxando para mais perto. Até que os nossos narizes ficaram encostados de novo. E eu pude sentir o seu hálito quente entrando na minha boca enquanto ele sussurrava bem baixo. – E... Da maneira como eu estou vendo agora. – Então, eu senti sua língua explorando cada parte de minha boca, me puxando para mais perto. E esse Diego, não parecia ser aquele que eu conheci. Era a primeira pessoa que mostrou se importar comigo, em toda a minha vida.
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