quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Capítulo 11


Lupita saiu correndo e esbarrou em alguém.

–Lupita, o que foi? - Diego falou.

–Nada Diego, nada, até parece que você se preocupa com alguém.

–Mas diz aí o que foi...

–DIEGO, NÃO FOI NADA!

–Calma, calma! Se não quer falar, tudo bem, mas onde é que tá a Roberta?

–No quarto Diego, eu acho, sei lá, vai procurar e me deixa. - Lupita falou, enxugando as lágrimas que restavam e indo embora. Diego foi no quarto de Roberta, sem bater na porta, claro, entrou.

–Nico? O que você tá fazendo aqui?

–Ah, oi Diego, nada, eu só vim falar com a Lupita, mas já to saindo. - Ele falou com a cabeça baixa, enquanto ia embora.

–Ah, por isso que ela tava chorando, o que foi? Tá todo mundo assim meio depressivo.

–Ela tava chorando?

–Hm... Tava.

–Diego, faz um favor para mim?

–Claro, fala aí.

–Tira por favor, a idéia de fazer uma banda da cabeça da Lupita!

–Hã?

–Ela tá querendo fazer uma banda pra me ajudar, mas ela é tão estudiosa, tão esforçada, eu não quero que ela se desvie...

–Te ajudar? Eu não to entendendo nada!

–É porque... Assim, eu não tenho mais como pagar o colégio, e eu vou ter que voltar pra minha cidade, e como eu edito as músicas dela, da Mia, vi que a Roberta canta muito, ela teve a idéia delas fazerem uma banda pra conseguir dinheiro pra mim, mas... - Diego o interrompeu.

–Cara, essa idéia ficou perfeita, por que você quer que ela não faça?

–Dá muito trabalho, eu não quero que ela faça só por minha conta, tem que ter dedicação, alguém que toque, "muitos alguéns" não é assim...

–Eu ajudo! Eu sempre quis isso, e vai tá te ajudando, nem me peça pra tirar isso da cabeça dela!

–Diego, não, até você! - Diego foi embora do quarto. - Diego, aonde você vai? Volta aqui!

...Quarto da Mia...

Roberta (narração):

–Aqui é onde eu escrevo minhas músicas. - Mia disse, enquanto me levava para o andar de cima do quarto, em que tem um tapete com almofadas carismáticas no chão. - O que é isso melado de chocolate no meu tapete? Pilar!!!

–Oi Colucci, desculpa, eu deixei cair sem querer.

–Pilar, o que você tava fazendo no MEU tapete? Você sabe que eu não gosto de bichos encostando nas minhas coisas.

–Mia, eu não acredito que você tá no mesmo quarto da loira desmiolada. - Realmente era uma coisa incrível o fato de ela conseguir dormir, sabendo que no outro dia pode acordar com uma cobra no seu travesseiro.

–Eu sei, eu sei, ai Roberta, você não sabe como é difícil ser eu! - Mia disse batendo o pé no chão e cruzando os braços.

–Imagino.

–Meus amores, eu tenho que passar, licença por favor. - Pilar disse, fazendo gestos de abrir caminho com o braço.

–E por que eu, Mia Colucci, tenho que abrir espaço pra você passar?

–Mia, eu não sou do Mia`s Club, "Ai com é difícil ser eu" - Pilar falou, imitando a voz de Mia.

–Olha, você, cala a boca, agora! - Mia falou colocando a ponta do seu dedo no nariz de Jena.

–E por que eu calaria?

–Por que eu não também não te aguento mais! - Falei, pegando o chocolate que estava no chão do lado do tapete e esfregando no rosto de Pilar. Que logo pegou o que ainda restava e colocou no meu rosto.

–Pilar, você fica muito mais linda assim, toda melada! - Mia falou, dando pulinhos como uma criança.

–Mia, você é tão imatura, eu não sei como o colégio todo te baba.

–Roberta? Você tá aqui? - Diego perguntou, entrando no quarto, sem bater na porta, como sempre.

–Aqui em cima! - Respondi, escutando os passos de Diego subindo na escada.

–O que? O que foi isso? - Diego perguntou com uma expressão surpresa.

–Foi a louca da sua ex-namorada. - Respondi.

–Roberta, você não entende mesmo né? Eu sou a filha do diretor, eu posso fazer o que eu quiser aqui, e eu não vou ser punida, agora você, é só agora mesmo eu chamar o meu pai, que ganha até suspensão, lindinha. - Pilar falou.

–Que se danem você, seu pai, quem for. - Disse, indo para a suíte que tem no quarto limpar o rosto. Logo, vi o reflexo de Diego no espelho, entrando no banheiro, colocando a mão na minha cintura. - Diego, você viu a Lupita? - Ele colocou as duas mãos no espaço que tem entre o meu braço e o resto do corpo, me envolvendo totalmente, ele abriu a torneira, e colocou água na sua mão, logo depois me girou, fazendo com que eu ficasse quase deitada sobre a pia.

–Pode deixa que eu limpo o seu rosto. - Colocando a mão molhada por trás do meu cabelo, começou com um beijo no meu nariz, logo depois descendo para a boca. - Não fala nada, deixa eu limpar do meu jeito. - Nossos lábios se encostaram delicadamente e por um segundo um calor surgiu dentro de mim, no outro segundo, meus lábios já desejavam mais, mais calor, mais tudo, meus lábios desejavam, ou será que era eu? Ele me envolveu ainda mais, dendo resposta ao meu desejo, fazendo com que eu sentasse em cima da pia, e caísse dentro do lugar onde escorre a água da torneira, molhando toda a minha saia. Fazendo com que nós dois rissemos em meio ao beijo, mas o momento que poderia durar uma eternidade foi interrompido.

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