terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Capitulo 14
–O que foi Diego? Que carinha abatida é essa? - Mia o perguntou, entrando no banheiro.
-Nada não Mia, pode me deixar sozinho um minuto?
-Já sei, eu tenho uns creminhos que podem curar tudo! Vem cá.
-Mia, nem tudo na vida são creminhos.
–Mas eles são boas coisas da vida ok? E afinal, o que você veio fazer aqui?
-Eu vim falar com a Roberta, mas eu acho que ela nem vai querer me escutar depois disso.
-Hm, então me fala, que depois eu falo com ela.
-É... Tá bem, até porque também te envolve.
-O que foi?
-Mia, você formaria uma banda?
-O QUE? – Mia falou, dando um gritinho fino dramático.
-É complicado, mas sim ou não, o que você acha?
-Ai Diego, eu não sei, mas... Sei lá, a gente vê. Seria eu, você, mais quem?
-Eu, você, Roberta, Lupita, e era bom que tivesse mais algum menino, o... O Miguel quem sabe, ele é o único que sabe tocar alguma coisa.
-O caipira? Não mesmo! Ou ele, ou eu, decida, eu não faço com ele.
-Mia, deixa de besteira!
-Não, com o Miguel eu não faço. – Ela disse fazendo um biquinho de birra, batendo o pé no chão.
-Ainda com essa mania Colucci? De tudo fazer esse biquinho e jogar o cabelo?
-É, sempre, é muito difícil ser eu, entenda!
-E essa frase “ai como é difícil ser eu” – Diego falou imitando o biquinho e a voz de Mia. – Desde que a gente tem sete anos você fala isso.
-É porque é difícil, Diego. Agora sai da banheira!
-Mia, agora que eu percebi o quando a gente se afastou, você foi minha primeira amiga na vida inteira sabia?
-É, você também... Quando a gente entrou no colégio, foi a primeira pessoa que eu conheci. –Mia falou, abaixando a cabeça. – Você era meu melhor amigo, antes de eu me tornar a garota mais popular do colégio e você o mais popular.
-Mia, eu sinto sua falta sabia? Eu sei que pode não parecer, mas você foi a única, até hoje, que me escutou, nem o Tomás, ninguém mais.
-É Diego, eu sinto falta de você, não daquela época que eu era gordinha e você excluído.
-Hm... Mia, porque o destino afastou tanto a gente?
-Não foi o destino, foi você Diego, você mudou muito...
-Ah, você também mudou!
-Não, eu ter emagrecido, começado a me cuidar, essas coisas, não quer dizer que eu mudei, agora você... A popularidade te deixou tão frio, tão egoísta...
-Não exagere Barbie!
-Mas foi Diego, me diz, qual foi a última vez que você perguntou se alguém estava bem? Que você se preocupou com alguém além de si mesmo? Eu sei, quando nós éramos melhores amigos.
-Você também mudou muito.
-Eu posso ter mudado fisicamente, mas eu sou a mesma Mia de sempre.
-E eu sou o mesmo Diego.
-Não é não! Diego, você não percebe, mas você ta acabando com a sua vida, você ta bebendo, se mete em confusão o tempo todo, já teve até que fazer trabalho comunitário, aonde é que isso vai dar? No dia que você encontre um inimigo tão grande que te mate? Di, eu sei que...
-Di, eu me lembro que você me chamava assim. – Diego a interrompeu.
-Eu sei que atrás de toda essa mascara que você carrega de “um cara ruim”, ta aquele Di que eu conhecia antes...
-Mia, não é uma máscara, nada disso, mas a vida me ensinou a ser assim entende?
-Não Diego, eu não consigo entender.
-Simplesmente, você foi a única pessoa da minha vida que eu pude contar, então você foi ficando popular, começou a conhecer gente nova, e eu tinha medo sabe? De ficar só.
-Eu nunca te deixaria sozinho, eu pensei que você não queria mais andar comigo, quando começou a mudar.
-Eu fui obrigado a fazer isso, pelo medo de ficar só. Mia, eu não tenho família, amigos, eu não tenho nada. Minha mãe, não se importa, eu não vejo ela faz muito tempo, ela é escrava do meu pai praticamente. Meu pai, piorou, ele é ruim, de verdade, me obriga a ser como ele, sei lá, eu não sei explicar, mas eu também não posso contar com ele. Tomás, é mais ou menos meu único amigo, mas a gente só sai, se diverte, mas eu nunca contei com ele pra nada.você sabe que eu tenho essa fama de galinha, de pegador, mas eu não me apego a ninguém e isso é muito ruim, porque eu evito, eu tenho medo. Porque eu nunca tive ninguém, minha vida inteira! Só você, e te perder foi a pior coisa que aconteceu na minha vida, se é que algo é pior que a minha vida, e eu não quero passar por isso de novo.
-Diego, para, eu já entendi tudo, você não me perdeu, não, eu quero te ajudar, por favor, deixa... – Mia falou, o ajudando a se levantar da banheira.
-Não precisa ajudar não, eu só queria que voltássemos a ser como era antes.
-É a coisa que eu mais quero Didi, te amo muito! – Mia falou com voz de choro, ficando em pé dentro da banheira, o abraçando muito forte.
-Te amo irmã, minha Barbie! E a banda?
-Por que você quer formar essa banda agora?
-É complicado, eu não entendi bem, mas o Niconão pode mais pagar a escola, e com a banda nós podíamos ajudar ele.
-Eu ajudo, portanto que o caipira não participe.
-Por que não? Vocês não namoravam e tal?
-É uma história longa, depois eu te conto, mas vamos atrás da Roberta e da Lupita?
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